- Área: 130 m²
- Ano: 2017
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Fotografias:Francisco Nogueira
Descrição enviada pela equipe de projeto. A Manteigaria é uma fábrica de pastéis de nata situada no Mercado da Ribeira, em Lisboa. O espaço ocupa uma área de 70m2 e insere-se dentro do Timeout Market, seguindo um plano de pormenor definido pelo Arquiteto Francisco Aires Mateus. A lógica de continuidade estabelecida por este arquitecto prevê a utilização de materiais de revestimento pré-definidos, sendo obrigatória a utilização de azulejos de cor preta no revestimento de paredes e de pedra lioz no revestimento de tampos e balcões de trabalho.
O conceito estabelecido para a Manteigaria gira em torno da concepção de um espaço que é composto por duas lojas existentes no Mercado, que não tinham comunicação entre si. Partindo dessa premissa criou-se um espaço único com duas frentes de loja - uma virada para o interior do mercado e outra para a Av. 24 de Julho, existindo entre elas um espaço comum onde se faz a produção dos pasteis de nata. Este espaço central é separado dos dois pontos de venda por superfícies envidraçadas para que os clientes possam observar o fabrico dos pasteis. As divisórias de vidro permitem também que exista uma relação franca de transparência entre o interior e o exterior do mercado e se consiga percepcionar o espaço como um só.
Na frente de loja virada para a Av. 24 de Julho, o objetivo foi desenhar um balcão de atendimento central, que comunica directamente com a fábrica e com o exterior através de duas janelas existentes. As janelas foram adaptadas de forma a que possam abrir mecanicamente para o exterior, permitindo a venda de produtos em formato take-way. Foi ainda considerado um espaço de clientes com um balcão para consumo no interior da loja.
Para o interior do mercado o conceito funciona como um Grab & Go e foram apenas considerados dois balcões virados para o interior do food-court, à semelhança dos outros espaços existentes no mercado. O ambiente das lojas foi inspirado na lógica construtiva do mercado tradicional existente, recorrendo a construções compostas por estruturas metálicas pretas, fixas e móveis, revestidas a painéis de vidro ou pedra, que dividem os três momentos distintos da loja. Apesar da obrigatoriedade de utilização de materiais de revestimento base, foram introduzidos novos materiais que conferem um ambiente distintivo ao espaço, nomeadamente os painéis de mármore verde tinos que introduzem, pontualmente, novas texturas e apontamentos de cor. Foi ainda desenhado um lustre suspenso que acentua o pé-direito e remete para uma linguagem clássica com uma lógica construtiva actual, indo de encontro ao principio de intervenção do projeto, que se baseia no equilíbrio entre uma intervenção contemporânea num espaço histórico da cidade.